segunda-feira, 9 de maio de 2011

A Construção da Identidade na Adolescência - Parte 2

A identidade é algo único, é desenvolvida no e pelo indivíduo, no entanto, a sua construção/formação implica "estar em relação", pois tem de ser reconhecida e confirmada pelos outros indivíduos. Assim, a identidade deve responder às duas seguintes questões: "Quem sou eu?" e "Quem sou eu em relação com?"
"Yet who i am (or who i think i am) varies according to who i am with" (David Buckingham, Introducing Identity, p.1)

A identidade é uma construção social, assim como a própria etapa da juventude: "youth is essencially a social and historical construct, rather than a universal state of being" (David Buckingham, Introducing Identity, p.4). Ou seja, a identidade de um adolescente, ou de um jovem, abrange, para além da dimensão pessoal, as dimensões social e cultural.

Perante estas dimensões, o indivíduo na formação da sua identidade categoriza e estereotipa, nomeadamente o seu próprio "eu": distingue o "eu" e o "outro" e o "eu no grupo. Neste seguimento, Goffman refere: "individuals seek to create impressions on others that will enable them to achieve their goals ("impression management), and they may join or collude with others to create collaborative performances in doing so."(David Buckingham, Introducing Identity, p.1)
Desta forma, realmente urge a pergunta: serão as identidades online mais ou menos verdadeiras que as identidades offline?
A identidade atribui poder e estatuto social ao indivíduo, ao mesmo tempo esta é fluída e maleável nas diferentes etapas de vida, por isso, acho que a "identidade representada" existe nos mais variados contextos, inclusive nos ambientes virtuais, onde a não presença física poderá, eventualmente, promover mais o "uso" desta identidade.
Segundo Raymond Williams "...technology is both shaped and socially shaping..." (David Buckingham, Introducing Identity, p.12)
Neste sentido, é urgente o crescimento da literacia digital, assim como o comprometimento das gerações mais velhas na passagem de valores significativos para que os jovens não comprometam a sua interacção com os outros e as relações sociais que estabelecem online e offline.

(Publicado a 6 de Maio de 2011)

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