terça-feira, 26 de julho de 2011

Reflectindo...

No término desta UC, posso concluir que os media digitais são o veículo de expressão privilegiado dos jovens, os quais disponibilizam ferramentas e espaços que os jovens utilizam para vivenciar e experienciar a sua vida online e offline. Contudo, não são apenas os jovens, os nativos digitais, mas também os imigrantes digitais que viram as suas vivências influenciadas pelas novas tecnologias digitais.

Os jovens comunicam, aprendem, estudam, trabalham, colaboram, partilham, compram, vendem, socializam de forma diferente das gerações anteriores ao aparecimento dos media digitais. E tais mudanças são inevitáveis e irreversíveis. A multiplicidade de ferramentas digitais disponíveis estão a criar desafios na construção da identidade pessoal e social dos jovens. Já não estão isolados mas em permanente interacção com os outros, por isso, a sua identidade está em contínua construção e evolução. Mais do que nunca, a identidade é construída e reconstruída pelo feedback dos pares, mas também pelo próprio jovem na sua interacção com as ferramentas digitais como o telemóvel, os blogues, os sites pessoais. Contudo, este domínio das tecnologias digitais não está a ser acompanhado e supervisionado com as devidas cautelas. Independentemente dos ganhos e perdas da vida digital que hoje todos experienciamos, ela está enraizada nos hábitos digitais que fomos adquirindo nas últimas décadas.

Um vídeo para pensar...


  

Quanto ao balanço da UC refiro que a maior dificuldade sentida no decurso desta UC foi a gestão do tempo e a realização dos trabalhos de grupo, online.

Saliento como aspecto positivo desta UC a moderação activa da professora Daniela, assim como a pertinência das temáticas abordadas no contexto do MCEM.

segunda-feira, 20 de junho de 2011

Em comparação...

Após a leitura das várias apresentações dos colegas, optei por comparar os meus dois jovens de 15 anos com os jovens da colega Vanessa, pois para além de possuirem a mesma idade, estão no mesmo nível de ensino.

Uma das diferenças entre os jovens é o local da sua residência: Portugal, Áustria e Brasil.

Apesar desta diferença, ambos referiram utilizar diferentes tecnologias, possuem computador, no qual passam uma média de 3 a 5 horas por dia.

Acessam à Internet há mais de cinco anos, na qual realizam diferentes actividades, as quais não são controladas pelos pais.

Estão inscritos nas redes sociais onde comunicam com pessoas que conhecem.

Desconfiam da informação/imagens postadas pelas pessoas que não conhecem.

Ambos os jovens possuem telemóvel no qual realizam diferentes actividades.

Diferem no facto de ambos os jovens da Vanessa conhecerem o termo cyberbullying e os meus jovens não.

Assim como na escolha do media digital que não prescindiam: ambos os meus jovens escolheram o telemóvel, enquanto que os jovens da Vanessa, se dividiram na escolha.

Após esta breve análise, creio poder dizer que apesar da diferente localização geográfica, das diferentes sociedades e culturas em que se inserem, ambos os jovens partilham de preferências e hábitos digitais muito semelhantes.

Pode-se então dizer que os media digitais alcançam os jovens, na sua generalidade.

(Publicado a 20 de Junho de 2011)

sábado, 18 de junho de 2011

Entrevista a jovens sobre a utilização social dos media digitais

Após a conclusão do Guião de Entrevista, apliquei-o a dois jovens, um rapaz e uma rapariga, ambos com 15 anos de idade, a frequentar um Curso de Educação e Formação, em S. João da Madeira, no distrito de Aveiro. 

Abaixo o publico a apresentação em PowerPoint com a análise das entrevistas realizadas, presencialmente.

segunda-feira, 6 de junho de 2011

Contribuindo para a entrevista a jovens sobre a utilização social dos media digitais

Olá a todos!

Venho também dar a minha contribuição para a elaboração do questionário.

Após a leitura das contribuições já existentes, espero ainda conseguir contribuir com alguma ideia nova e interessante, para juntar às muitas que já perfilam por aqui.

Relativamente à identificação, no lugar da idade questionaria a sua data de nascimento; no que diz respeito à sua residência, creio que apenas nos interessa a sua localidade/concelho de residência, e não a sua morada completa.

Quanto ao telemóvel:
- com que idade tiveste o teu primeiro telemóvel?
- quantos telemóveis já tiveste?
- quais as razões que te levaram a mudar de telemóvel?

Quanto ao uso do computador/internet:
- recordas-te da primeira vez que utlizaste um computador/ a internet? Indica onde foi que isso aconteceu e que actividade realizaste?
- como adquiriste as tuas comeptências digitais (manuseamento do computador e da internet)?
- que temáticas pesquisas com mais frequência na internet?

Quanto às redes sociais:
- já experienciaste um encontro presencial após este ter sido combinado virtulamente? tomaste algumas precauções? quais?

Uma última questão:
- se tivesses de optar entre o computador e o telemóvel, qual escolherias e porquê?

Continuação de bom trabalho,

Cátia

(Publicado a 6 de Junho de 2011)

E eis a entrevista elaborada com a contribuição de todos: Guião de Entrevista MDS-MCEM

terça-feira, 31 de maio de 2011

Fórum A4: Entrevista a jovens sobre a utilização social dos media digitais

Objectivo: Caracterizar a utilização social dos media digitais pelos jovens e sua relação com o processo pessoal de construção de identidade e socialização.

Competências: Capacidade de análise e interpretação da perspectiva juvenil acerca da utilização social dos media digitais. O que fazer?

( Actividade Individual)
1º) Análise no Fórum A4, de um guião de entrevista sobre utilização social dos media digitais. Recolha de contribuições para o desenho da versão final deste documento.
2º) Realização de entrevista a 2 jovens (masculino e feminino), com base no guião de entrevista definitivo;
3º) Análise e interpretação da mesma (suportada por excertos) à luz do quadro teórico trabalhado na Actividade 2 e 3. Apresentação dos resultados em power point e envio dos protocolos de respostas obtidos nas entrevistas realizadas.
4º) Discussão conjunta em Fórum das análises realizadas.
Recursos de Aprendizagem
- Todos os textos dos Temas 2 e 3.

segunda-feira, 30 de maio de 2011

O papel dos media digitais na construção da Identidade social dos jovens - Parte 2

Após uma leitura mais atenta do texto Weber, S.; Mitchell, C. (2008). Imaging, Keyboarding, and Posting Identities: Young People and New Media Technologies. In Youth, Identity, and Digital Media: 25-47. e uma leitura mais superficial sobre os outros textos produzidos, mas uma leitura reflexiva dos diferentes post's dos colegas, venho expor algumas das minhas ideias sobre a influência dos media digitais na construção da identidade social dos jovens.

No presente momento os jovens vivem rodeados dos mais diferentes elementos multimédia digitais - telemóvel, computador, consolas de jogos, leitores de música, máquinas fotográficas e de vídeo - nos mais variados espaços, privados e públicos. Estes elementos assumem um papel determinante na formação da identidade no período da adolescência e juventude, pois é através deles que a procura e a definição do "eu" têm lugar. Estes artefactos digitais assumem, igualmente, uma função fulcral na socialização. 
Segundo Weber e Mitchel, a identidade é construída em acção, assumindo os jovens o papel de actores principais nas suas produções digitais, onde vivenciam diferentes facetas do "eu", nomeadamente experienciam os seus limites e potencialidades. Contudo, também se assumem como audiência das sua próprias produções, mas são sempre analisados e avaliados pelos seus grupos de pares, dos quais esperam a sua aprovação, aceitação e integração.

Esta construção fluída da identidade, a par com a vivência de diferentes experiências, promove a reflexividade e a construtividade. As identidades são constantemente construídas, desconstruídas, formadas, testadas e experimentadas. E porque são construídas em ambiente online, os jovens recorrem aos diferentes media digitais para afirmar, ver reconhecida e reformular a sua identidade.

Neste sentido, a utilização dos media pelos jovens influencia a formação da identidade pessoal, mas também social, como se pode verificar no texto Goldman, S.; Booker, A., & McDermott, M. (2008). Mixing the Digital, Social, and Cultural: Learning, Identity, and Agency in Youth Participation. In Youth, Identity, and Digital Media: 185-206., explorado pelo meu grupo, o grupo branco. Neste texto, as autoras realçam o papel social que os jovens podem assumir na comunidade em que se inserem, expressando a sua opinião e participando activamente em problemáticas comunitárias, tradicionalmente circunscritas a adultos. Desta forma, os media digitais podem assumir características sociais e culturais, levando os jovens a dinamizar uma cultura participativa, participando e colaborando colectivamente, adquirindo "voz" em ambientes públicos e adultos, ganhando poder e acção. Aqui também se verifica que nem sempre os media digitais são utilizados com objectivos de carácter unicamente pessoal, como quando expressam os seus sentimentos num blog ou numa página pessoal. Estes mesmos elementos digitais, ou outros, podem ser utilizados para fins colectivos como foi o caso da elaboração de um vídeo que explorava a prática de discriminação de adultos sobre jovens numa determinda comunidade.

Neste seguimento, os recursos digitais que são utilizados pelos jovens e o uso que deles fazem não é estanque, tal como o processo de construção da sua identidade. Arrisco-me a dizer que a utilidade que é impressa em cada artefacto digital que é manipulado por um jovem reflecte a sua identidade, ou pelo menos um dos seus estados, ou fases.

Para terminar, concordo que a criação de ambientes de abertura e diálogo facilitam e promovem a confiança e a segurança entre os jovens e os pais e será desta forma que a monitorização da utilização dos media será possível, assim como abrindo caminhos para a compreensão da crescente procura da identidade e vida online dos nossos jovens.

segunda-feira, 23 de maio de 2011

O papel dos media digitais na construção da Identidade social dos jovens - Parte 1

No texto Mixing the Digital, Social, and Cultural: Learning, Identity, and Agency in Youth Participation coloca-se a seguinte pergunta: de que forma os jovens usam as novas tecnologias tendo em vista o seu compromisso de diálogo com a comunidade e de justiça social, e como aprendem a ser participativos em práticas cívicas e democráticas?

Neste texto fala-se de ferramentas digitais, sociais e culturais, as quais, segundo Raymond Williams, facilitam a interacção e a participação social, a comunicação e a aprendizagem, a qual ocorre, segundo as autoras do texto, Shelley Goldman e Angela Booker, através da participação. Esta, por sua vez, é potenciada pelos contextos de aprendizagem, permitindo a participação em diálogos comunitários ou tomadas de decisão.

No presente texto, são expostos dois casos que exploram sobre a importância das tecnologias no suporte da participação e da aprendizagem dos jovens, assim como do desenvolvimento da sua identidade. No primeiro caso aborda-se a questão do "adultismo" através do registo (em vídeo) dos testemunhos dados sobre a prática de discriminação dos adultos sobre os jovens. No segundo caso, os jovens recorreram às novas tecnologias para organizar encontros públicos, através do envio de email, com recurso ao telemóvel.

Através dos equipamentos digitais, a comunicação digital que surge como meio de estratégia, de debate e de reflexão. Para além da conquista da participação social, os jovens vivem experiências ricas em aprendizagem. Segundo Steve Goodman, aprender sobre o mundo está directamente ligado com a possibilidade de o mudar. Neste caso, os jovens utilizaram uma ferramenta multimédia - o vídeo - para responder às forças sociais, culturais, económicas e políticas e impulsionar o diálogo e a mudança social. Contudo, os jovens devem possuir uma perpectiva informada - "critical literacy" - de forma a poderem questionar e reflectir sobre o que os rodeia.

A utilização das tecnologias digitais facilita o acesso e a participação no "mundo adulto", capacitando-os de competências de organização e liderança. Nestes ambientes informais, os jovens aprendem e constroem a sua identidade. Assim, através de uma "cultura participativa", os jovens participam pública e democraticamente na esfera pública.

Termino este post com a seguinte afirmação retirada do texto que tenho vindo a explorar: If we are to have democratic society, people must find or invent new channels through which decisions can be made . . . the problem is not that people will make irresponsible or wrong decisions. It is, rather, to convince people who have been ignored or excluded in the past that their involvement will have meaning and that their ideas will be respected. The danger is not toomuch, but too little participation.

Um exemplo de boas práticas democráticas: