segunda-feira, 30 de maio de 2011

O papel dos media digitais na construção da Identidade social dos jovens - Parte 2

Após uma leitura mais atenta do texto Weber, S.; Mitchell, C. (2008). Imaging, Keyboarding, and Posting Identities: Young People and New Media Technologies. In Youth, Identity, and Digital Media: 25-47. e uma leitura mais superficial sobre os outros textos produzidos, mas uma leitura reflexiva dos diferentes post's dos colegas, venho expor algumas das minhas ideias sobre a influência dos media digitais na construção da identidade social dos jovens.

No presente momento os jovens vivem rodeados dos mais diferentes elementos multimédia digitais - telemóvel, computador, consolas de jogos, leitores de música, máquinas fotográficas e de vídeo - nos mais variados espaços, privados e públicos. Estes elementos assumem um papel determinante na formação da identidade no período da adolescência e juventude, pois é através deles que a procura e a definição do "eu" têm lugar. Estes artefactos digitais assumem, igualmente, uma função fulcral na socialização. 
Segundo Weber e Mitchel, a identidade é construída em acção, assumindo os jovens o papel de actores principais nas suas produções digitais, onde vivenciam diferentes facetas do "eu", nomeadamente experienciam os seus limites e potencialidades. Contudo, também se assumem como audiência das sua próprias produções, mas são sempre analisados e avaliados pelos seus grupos de pares, dos quais esperam a sua aprovação, aceitação e integração.

Esta construção fluída da identidade, a par com a vivência de diferentes experiências, promove a reflexividade e a construtividade. As identidades são constantemente construídas, desconstruídas, formadas, testadas e experimentadas. E porque são construídas em ambiente online, os jovens recorrem aos diferentes media digitais para afirmar, ver reconhecida e reformular a sua identidade.

Neste sentido, a utilização dos media pelos jovens influencia a formação da identidade pessoal, mas também social, como se pode verificar no texto Goldman, S.; Booker, A., & McDermott, M. (2008). Mixing the Digital, Social, and Cultural: Learning, Identity, and Agency in Youth Participation. In Youth, Identity, and Digital Media: 185-206., explorado pelo meu grupo, o grupo branco. Neste texto, as autoras realçam o papel social que os jovens podem assumir na comunidade em que se inserem, expressando a sua opinião e participando activamente em problemáticas comunitárias, tradicionalmente circunscritas a adultos. Desta forma, os media digitais podem assumir características sociais e culturais, levando os jovens a dinamizar uma cultura participativa, participando e colaborando colectivamente, adquirindo "voz" em ambientes públicos e adultos, ganhando poder e acção. Aqui também se verifica que nem sempre os media digitais são utilizados com objectivos de carácter unicamente pessoal, como quando expressam os seus sentimentos num blog ou numa página pessoal. Estes mesmos elementos digitais, ou outros, podem ser utilizados para fins colectivos como foi o caso da elaboração de um vídeo que explorava a prática de discriminação de adultos sobre jovens numa determinda comunidade.

Neste seguimento, os recursos digitais que são utilizados pelos jovens e o uso que deles fazem não é estanque, tal como o processo de construção da sua identidade. Arrisco-me a dizer que a utilidade que é impressa em cada artefacto digital que é manipulado por um jovem reflecte a sua identidade, ou pelo menos um dos seus estados, ou fases.

Para terminar, concordo que a criação de ambientes de abertura e diálogo facilitam e promovem a confiança e a segurança entre os jovens e os pais e será desta forma que a monitorização da utilização dos media será possível, assim como abrindo caminhos para a compreensão da crescente procura da identidade e vida online dos nossos jovens.

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