No texto Mixing the Digital, Social, and Cultural: Learning, Identity, and Agency in Youth Participation coloca-se a seguinte pergunta: de que forma os jovens usam as novas tecnologias tendo em vista o seu compromisso de diálogo com a comunidade e de justiça social, e como aprendem a ser participativos em práticas cívicas e democráticas?
Neste texto fala-se de ferramentas digitais, sociais e culturais, as quais, segundo Raymond Williams, facilitam a interacção e a participação social, a comunicação e a aprendizagem, a qual ocorre, segundo as autoras do texto, Shelley Goldman e Angela Booker, através da participação. Esta, por sua vez, é potenciada pelos contextos de aprendizagem, permitindo a participação em diálogos comunitários ou tomadas de decisão.
No presente texto, são expostos dois casos que exploram sobre a importância das tecnologias no suporte da participação e da aprendizagem dos jovens, assim como do desenvolvimento da sua identidade. No primeiro caso aborda-se a questão do "adultismo" através do registo (em vídeo) dos testemunhos dados sobre a prática de discriminação dos adultos sobre os jovens. No segundo caso, os jovens recorreram às novas tecnologias para organizar encontros públicos, através do envio de email, com recurso ao telemóvel.
Através dos equipamentos digitais, a comunicação digital que surge como meio de estratégia, de debate e de reflexão. Para além da conquista da participação social, os jovens vivem experiências ricas em aprendizagem. Segundo Steve Goodman, aprender sobre o mundo está directamente ligado com a possibilidade de o mudar. Neste caso, os jovens utilizaram uma ferramenta multimédia - o vídeo - para responder às forças sociais, culturais, económicas e políticas e impulsionar o diálogo e a mudança social. Contudo, os jovens devem possuir uma perpectiva informada - "critical literacy" - de forma a poderem questionar e reflectir sobre o que os rodeia.
A utilização das tecnologias digitais facilita o acesso e a participação no "mundo adulto", capacitando-os de competências de organização e liderança. Nestes ambientes informais, os jovens aprendem e constroem a sua identidade. Assim, através de uma "cultura participativa", os jovens participam pública e democraticamente na esfera pública.
Termino este post com a seguinte afirmação retirada do texto que tenho vindo a explorar: If we are to have democratic society, people must find or invent new channels through which decisions can be made . . . the problem is not that people will make irresponsible or wrong decisions. It is, rather, to convince people who have been ignored or excluded in the past that their involvement will have meaning and that their ideas will be respected. The danger is not toomuch, but too little participation.
Um exemplo de boas práticas democráticas:
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